Depois que Você Partiu



Oi, meus lindos!



Já faz um tempo que passei por aqui. Pretendo voltar a conversar com vocês. Está na foto sou eu e minha mãezinha, para quem não sabe eu a perdi em maio de 2016. Eu estava vivendo o melhor momento da minha vida, tinha acabado de publicar a Maria do Sol. Tinha feito o lançamento em duas livrarias e para mim era um momento de muita alegria.
Não entendo porque ela foi partir justamente nesse momento, mas acredito que em outro momento eu não teria os livros para me segurar. Deus é bom, acredito que ele pensa em tudo.
Vou explicar um pouco melhor. Sempre pensei que eu destruiria o mundo caso minha mãe partisse desta vida. No entanto, o mundo continuou igual eu não o destruí. 

A vida continuou igual, pessoas nasceram outras foram também. O sol amanheceu todos os dias e se pôs também. A criança chorou, o menino ficou reprovado, o menino passou, a mulher engravidou, outra casou, alguém viajou... outro voltou... tudo continuou igual.
Eu não destruí o mundo pois ele continuou, mas a partir daquele momento de maio de 2016 eu destruí algo muito mais importante que o mundo... eu destruí a mim... eu me fiz em mil pedaços por dentro... ainda hoje eu tento reconstruir e juntar meus caquinhos que a ausência dela me causa.
Sabe o porque de todos os momentos da vida, ela partiu no que para mim era o mais feliz...por que eu tive em que me segurar. 
Sim... tudo o que está ligado a escrita é o que me faz ficar de pé.
O livro Em Busca do Príncipe não Encantado foi escrito logo nos meses seguintes a partida de minha mãe. Eu me joguei para ele como uma tábua de salvação. 
Lembra do filme Titanic no qual a personagem Rose fica em cima de uma tábua no meio do caós, e aquela pequena tábua  a salva. Esse livro foi uma das tábuas para mim, algo no qual eu me agarrei e me segurei para poder viver... na verdade sobreviver.
Lembro quando minha mãe partiu, uma prima me disse: Não pensa muito, Alice, tenta sobreviver nesse momento.
Foi o que eu fiz. Ainda hoje tento sobreviver e o que me faz é os livros, pois Deus colocou algo que eu amo muito para me fazer bem no pior momento da minha vida.
Eu sei que já faz três anos, mas a dor não passa afinal é algo contínuo pois todos os dias eu estou sem ela ao meu lado.



Eu adoro esta nossa foto. Ela estava tão bem.



Falando mais um pouco. Confesso que consegui ficar focada na escrita até o primeiro semestre de 2017. Finalizei o Guerreiros dos Mundos em 2016 ainda, comecei um livro em 2017 que ainda não finalizei e parei. Parei o segundo semestre de 2017 e o ano de 2018 todo. Fiquei sem escrever nada. Eu tentava e não conseguia, as vezes escrevia mas não dava continuidade. Foi horrível. 
Voltei a escrever em junho deste ano, quando escrevi Sinto Muito, Meu Amor... e foi tão maravilhoso voltar a escrever. Sabe quando você se sente viva! Me dediquei totalmente e finalizei o livro no inicio de setembro. Para mim, retornar a escrever e publicar um livro foi como voltar a viver... ou sobreviver.
O que sei é que hoje estou me sentindo muito feliz, apesar de ainda sofrer com a ausência dela.
Vou compartilhar com vocês um pequeno texto que escrevi:

Quando você se foi
Eu me parti em mil pedaços
Hoje ainda tento juntar os caquinhos
Que a tua ausência me causa

Um pedaço de mim se foi
Nem sei muitas vezes como seguir
Lembro que me mandaram sobreviver
E foi o que eu fiz

Ainda sobrevivo a tua ausência 
Mesmo sabendo que se estivesse aqui dirias
_ Vive, Alice, é da vida minha filha.
Mas eu não quero te ouvir

Eu queria ter-te aqui
Pertinho de mim
Do meu lado dando amor
Como só você sabia dar
Te amo, minha Princesa!

Apesar de todo o meu sofrimento pela sua ausência eu tenho consciência que Deus sempre faz o melhor. Aliás, eu confio. Poso sofrer, posso querer mudar a história, posso querer voltar no tempo, posso me despedaçar, como estou, em mil caquinhos por dentro mas eu sei que Deus é bom. Um dia eu hei de curar, ou talvez a vida seja isso conviver com nossas dores e seguir. Lembrei daquele versículo (João 16:33) no mundo tereis aflição mas tende bom ânimo que Eu venci o mundo. Só posso pedir que Deus me sustente na tábua que Ele mesmo me deu e que eu escreva muito para continuar a sentir o sangue correndo nas minhas veias. Para que a vida não passe sem cor e sim colorida com muitas histórias que Ele ainda vai me dar através da inspiração.


Abraços literários e muitos beijinhos!
Alice Raposo

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